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14 de jul. de 2010

O adeus de Saramago


Depois do habitual café da manhã, com sua Pilar, nas ensolaradas Ilhas Canárias, José Saramago sentiu-se mal e passou subitamente, mesmo lutando contra um câncer oportunista há mais de três anos.
Único escritor de língua portuguesa a receber o Premio Nobel de Literatura, em 1998, Saramago nasceu filho e neto de trabalhadores analfabetos. Sua trajetória por si só já foi vitoriosa e inspiradora. Sua vida já daria um romance. Pobre em um país empobrecido, desde cedo ele demonstrou apego à leitura, que transformou sua vida e de todos os seus leitores.
Saramago geralmente esteve associado a um pensamento destoante do lugar comum; teve coragem de ser comunista e ateu em um país marcado pelo salazarismo e clericalismo; soube ser crítico do stalinismo e do Vaticano, o que nem sempre rendeu sorrisos.
Depois de o Evangelho segundo Jesus Cristo ser alvejado pela Igreja Católica, teve o impulso de deixar Portugal e buscar sossego nas Canárias Espanholas. Autor de clássicos como ‘A Jangada de Pedra’ e Ensaio sobre a cegueira, seu legado ainda não foi totalmente dimensionado.
Em ‘Ensaio sobre a cegueira’ ele disse “Penso que não cegamos, penso que estamos cegos. Cegos que vêem, cegos que vendo, não vêem”.
José Saramago nos deixou tão tranquilamente quanto a personagem mais querida, a que dá adeus ao final do romance por si protagonizado.
Salve, Mestre!

2 comentários:

Jarbas Couto e Lima disse...

Querido James!
Obrigado pelas palavras carinhosas.
Compartilhemos do pouco que conseguirmos enxergar. Seguirei seu farol das sete artes e as artes de seu farol. Estou aqui na lanterna. Conte comigo!
Abração!

Jarbas Couto e Lima disse...
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