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1 de mai. de 2018

1º DE MAIO: OS ECOS DE HAYMARKET


1º DE MAIO: OS ECOS DE HAYMARKET

O dia do Trabalho é comemorado no dia 1º de Maio como uma homenagem de um Congresso Socialista realizado em Paris, em 1889, à grande greve ocorrida em Chicago, em 1886, onde em busca de melhores condições de trabalho, os manifestantes entraram em conflito com policiais deixando mortos, feridos e um processo judicial fajuto contra os trabalhadores, após os eventos. Paradoxalmente, por vergonha ou rancor, nos EUA o dia 1ª de maio não é comemorado como dia do Trabalho, lá é o dia da Lei; labour day por lá apenas em setembro. Em Haymarket Place não há nenhum monumento em homenagem aos trabalhadores vitimados em 1886; porém, após aquele movimento só houve um aumento das garantias trabalhistas em todo o mundo, inclusive no reino do liberalismo.
A proteção ao trabalho decorre de lutas históricas, iniciadas de modo organizado principalmente em decorrência da Revolução Industrial, que gerou jornadas de trabalho infinitas, sob salários reduzidos. As tensões sociais resultantes da Primeira Revolução Industrial, no final do séc. XVIII geraram inúmeros conflitos de interesses e outras tantas manifestações de empregados contra os patrões.
Interessante é que em 08 de março de 1857, as operárias de uma fábrica têxtil, também em Chicago, entraram em greve e paralisaram a fábrica para reivindicar a redução de sua jornada diária superior a 16 horas para 10 horas. Estas operárias foram trancadas na fábrica que foi incendiada criminosamente e cerca de 130 mulheres morreram queimadas. Em 1910, em homenagem àquelas mulheres, durante uma conferência internacional realizada na Dinamarca, foi decidido, comemorar no dia 08 de Março o Dia Internacional da Mulher.
Emblemática ainda dessa luta crescente é o fatídico dia 25 de março de 1911, ainda nos Estados Unidos, dessa vez em Nova Iorque, quando houve a brutal morte de 146 operárias de uma fábrica têxtil, que morreram trancadas e incendiadas no oitavo andar de um prédio, algum tempo depois de uma greve em que buscavam melhores condições laborais, salários iguais aos dos homens e redução da jornada de trabalho, que chegava a dezesseis horas diárias. Os patrões mantinham as portas sempre trancadas durante o expediente para evitar que as operárias fossem assediadas pelo sindicato. Singularmente, depois da tragédia, os empregadores foram absurdamente absolvidos das imputações penais por falta de norma jurídica que dissesse à época que manter os empregados trancados era crime então.
As distorções sociais agravadas pela Primeira Revolução Industrial, no final do séc. XVIII, com mulheres recebendo salários miseráveis, sem tempo para cuidar de sua família (isso quando seus filhos também já não estavam lá trabalhando), sob jornadas de trabalho excessivas, de mais de 14 horas diárias, geraram conflitos de interesses e inúmeras manifestações de empregados contra os patrões, sendo que isso tudo acabou por ocasionar a edição das futuras leis de proteção trabalhista.
Naquele distante 1ª de maio de 1886, mesmo havendo feridas e perda de vidas, a luta não foi em vão; após aquele movimento só houve um aumento das garantias trabalhistas em todo o mundo.
Nenhum direito vem do nada. A conquista é árdua. Será que nós sabemos a importância de todos os direitos que temos atualmente?

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